A minute in the 80s: Queda do Muro de Berlim (1989)

Num momento mais cultural e que merece ser recordado, trago hoje ao centro da atenção, a queda do muro de Berlim.

Eu não serei muito extensivo, uma vez que não sou a pessoa indicada para contar a história do muro. Tenho memórias da sua queda e de algumas imagens que foram ecoando pelo tempo.
Tratarei de deixar alguns links para poderem aprofundar mais sobre o tema.

Para além de fisicamente ser um muro que separava famílias, amigos e um só povo e que impedia que estes facilmente pudessem entrar em contacto uns com os outros, o que os realmente separava era a ideia de que um povo não podia ser livre por direito e submeter-se à vontade dos governantes.

A evolução de ambos os lados foi bastante distinta. Diz quem conhece que ainda hoje se vê atrasos significativos em algumas regiões da Alemanha, por causa da separação a que foi forçada durante 28 anos. Dizem também (e reforço a ideia de que eu, pessoalmente, não conheço) quem conhece, que o bloco leste foi o que acabou por perder mais.

Acima de tudo, este muro permitiu que fossem criados dois "blocos" que governavam o mundo sem se entenderem muito bem. Ficaram conhecidos como o bloco de Oeste e o bloco de Leste.
Do bloco de Oeste figuravam países liderado pelos Estados Unidos, e do bloco Leste seriam os países liderados pela Ex-URSS.

O muro foi levantado em 1961 e dividiu a cidade de Berlim em duas partes. Era a imagem da separação da Europa e provavelmente o inicio da Guerra Fria.
O encarregado pela execução da construção do muro foi Erich Honecker.

O muro tinha cerca de 155 Kms de comprimento. Algumas casas foram deitadas abaixo para darem lugar ao muro, deixando os seus habitantes sem casa. Em Junho de 1962, começou a ser construído um segundo muro no interior da Alemanha do Leste e entre os muros foi criada uma zona de segurança pavimentada a cascalho para que se pudessem ver melhor as pegadas.

Eram à data os lideres das duas partes os seguintes seres:

Walter Ulbricht - da RDA
Konrad Adenauer - da RFA

Em 1989, os protestos contra o muro começam a subir de tom. A Hungria remove as restrições que tinha com a Áustria. Os protestos foram tão fortes que o líder da RDA da altura, Erich Honecker, demite-se a 18 de Outubro de 1989, dando lugar a Egon Krenz.
Curiosamente, nesse mesmo ano, em Janeiro, Erich Honecker tinha previsto que o muro iria perdurar ainda durante mais 100 anos. Parece que se enganou.

Entretanto, a onda de refugiados que deixavam o leste para o Oeste não parava de aumentar. Conseguiam a fuga através da Checoslováquia (actuais República Checa e Eslováquia). Tudo isto era tolerado pelo então recentemente chegado ao poder, Egon Krenz, com consentimento do governo da Checoslováquia.

Por forma a evitar confusões, o governo liderado por Krenz decide, em 9 de Novembro de 1989, permitir que os refugiados do leste possam saír directamente pelos pontos de acesso ao Oeste, existentes no muro.

Foi o ministro da propaganda quem teve a missão de anunciar estas medidas. No dia 9 de Novembro, Günter Schabowski, anunciou as medidas (que só deveria ter efeito no dia seguinte, a 10 de Novembro).
Contudo esqueceram-se de avisar Günter Schabowski que a data para entrarem em vigor as medidas, seria o 10/11, pelo que quando lhe perguntaram quando é que estas entrariam em vigor, ele responde que seriam "...imediatamente e sem qualquer atraso".

Depois de ouvirem as declarações na televisão, milhares de pessoas dirigiram-se para os pontos de passagem para exigirem que os deixassem passar. Apanhados de surpresa foram os guardas dos portões que não tiveram mãos a medir. Os guardas ainda aguentaram enquanto conseguiram, mas foi impossível parar a multidão, que assim que forçou a passagem. Do outro lado do muro, tinham outros tantos alemães à espera para os receberem de braços abertos.

O dia 9 de Novembro de 1989 é considerado, simbolicamente, como o dia da queda do muro de Berlim.

Para a semana seguinte o regime da Alemanha do Leste anunciou a abertura de outros pontos de passagem, incluindo alguns simbólicos, tais como (Potsdamer Platz, Glienicker Brücke, Bernauer Straße).

O desmantelamento oficial do muro só começa em 13 de Junho de 1990.

Algumas partes do muro mantêm-se por questões históricas e culturais e para que ninguém esqueça o que dividiu a Alemanha e o Mundo.

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